O Dia Nacional da Escola foi celebrado ontem, 15 de março, uma importante data para lembrar e valorizar a importância das instituições de ensino. Espaços que propiciam novas perspectivas, conhecimento, trocas, encontros e brincadeiras precisam ser projetados a altura do desafio. Se anteriormente já destacamos quinze projetos realizados por arquitetos brasileiros, hoje aproveitamos para destacar algumas soluções e técnicas adotadas nos últimos anos ao abordar esse programa.
Versatilidade e inovação do mobiliário
Para abrigar todas as funções necessárias num mesmo espaço, a versatilidade do mobiliário pode ser fundamental. No caso do projeto Porto Educação, o escritório numa arquitetos pensou o projeto como uma grande praça que pode ser transformada em três salas independentes através da manipulação de divisórias articuladas, que quando são abertas, permitem a fluidez de circulação, expandindo o campo de aprendizado para o largo, corredores e copa.
Focando em uma educação menos hierárquica e no constante compartilhamento de ideias, o desenho das mesas foi pensado para uso coletivo e permite a configuração de diferentes tipos de layouts para ensino e eventos - conferências, palestras, aulas com projeção, mesas redondas -, atendendo assim a necessidade de cada momento.
Essa possibilidade dada pelo desenho do mobiliário também pode ser encontrado nos projetos da Escola Bilíngue Pueri Domus, realizada pelo Perkins+Will, e do Colégio Marista Santo Antônio, projetada por Hype Studio, nos quais, os arranjos de mobiliários permitem diferentes layouts no espaço, tanto na sala de aula como nas áreas de encontro - onde trazem uma proposta mais lúdica para os alunos.
Espaços de Encontro
Um dos espaços mais marcantes de uma escola é o pátio. É nele que encontramos os amigos, comemos, brincamos. Na Escola Parque – EMEI Cleide Rosa Auricchio, Carolina Penna Arquitetos, preza pela criação de um espaço público democrático, com suas tensões, oferecendo a possibilidade de construção coletiva e aberto a imprevisibilidades. Fazendo com que a escola municipal que hoje ocupa uma antiga praça se mantenha como o centro da comunidade através de uma cobertura que abriga e acolhe: crianças, pais e educadores.
Já o escritório H+F Arquitetos, quando projetou a Escola Estadual Jardim Romano, compôs dois blocos transversais ao terreno e paralelos entre si implantados a meio nível um do outro. De modo que uma das laterais organiza o acesso de alunos às escolas e a outra recebe um volume menor e longitudinal que contém um sistema de escadas e rampas articuladas. Liberando, assim, espaço para a criação de uma pequena praça de acesso que dialoga com o entorno urbano, marcando a escola em seu contexto e propiciando o encontro entre estudantes e cidadãos.
Adaptando edifícios
Encontrar um terreno livre para construir uma escola do zero é praticamente impossível. Por isso, adaptar edifícios para o programa educacional tem sido cada vez mais comum. Alguns exemplos são a ECE – Escola Camino, na qual GOAA - Gusmão Otero Arquitetos Associados foram os responsáveis por reformar uma antiga concessionária de carros para abrigar as necessidades de uma escola com uma proposta pedagógica inovadora pautada no ensino por meio de projetos, portanto, a ambientação das salas e escolha de desenho de mobiliário foram fundamentais aqui.
Já o desafio colocado para Gabriel Castro (MOBIO Arquitetura) + Marcos Franchini + Pedro Haruf não estava apenas em transformar um galpão industrial na Escola Casa Fundamental, mas também propor um projeto arquitetônico que fosse elaborado simultaneamente com a pesquisa de propostas educacionais inovadoras que levam em consideração o espaço como elemento ativo do processo de ensino e aprendizado.
E, ao readequar um edifício comercial, surgiu a Escola Força Estudo Personalizado, desenhada por Pianca Arquitetura + Gabriel Sepe + Quadradão. O projeto tira proveito das infraestruturas existentes e, para as novas intervenções, utilizam técnicas secas, de construção rápidas, realizando um projeto mais econômico.
Linguagem contemporânea: identidade e acessibilidade
Escolas mais tradicionais, ao atualizar seus conteúdos e posições, também buscam se readequar espacialmente. No caso da Escola Concept, Triptyque Architecture assina o projeto que confere a ela um novo uso e formato no âmbito de demandas contemporâneas que dialogam com o edifício original da década de 1930.
Já o Colégio Etapa Vila Mascote, teve o projeto de retrofit assinado por Biselli Katchborian Arquitetos, que buscou por novas entradas de luz natural e por maior clareza e visibilidade na comunicação institucional, com o prédio antigo e um novo dentro de um mesmo sistema de cores. Aqui, destaca-se a importância da atualização da edificação em função de novas regras, especificamente de segurança e acessibilidade: a instalação de elevadores, a reforma das escadas de emergência e diversos outros elementos precisaram ser adaptados.